A primeira temporada de 'American Horror Story' chegou ao fim. O último dos 12 episódios não foi nem de longe o melhor, na verdade terminou sem acabar, o que deixa margem para a continuação na segunda temporada.
A história prosseguiu de onde o episódio anterior parou. Com a morte de Vivien, Ben decide se mudar da Murder House, contando com a ajuda da irmã da falecida esposa para cuidar do filho sobrevivente. Entretanto, ao pegar a criança que estava sendo cuidada por Constance, Ben foi avisado do perigo que corria. Não deu ouvidos à vizinha e se ferrou. Assim, os acontecimentos envolvendo o desfecho da família Harmon foram solucionados logo nos primeiros minutos do episódio.
Depois de um encontro com Vivien e Violet, Ben decide ir embora para cuidar do filhinho, mas Hayden não permite que ele saia da casa, fazendo com que Ben cometa um “suicídio”. Com Ben pendurado no lustre e a família novamente reunida, Constance rouba seu netinho das mãos de Hayden.
Vale destacar aqui a excelente atuação de Jessica Lange. Se a série não agradou a todos, um fato é unânime: Jessica Lange no papel de Constance foi um dos destaques de 'American Horror Story' e merece as indicações e prêmios que, certamente, levará pela personagem. A indicação da atriz ao Globo de Ouro é mais do que merecida.
Com os Harmon vivendo eternamente na Murder House, a possibilidade de explicar porque algumas coisas são daquele jeito naquela casa surgiu, mas foi deixada de lado. Ryan Murphy e seus roteiristas preferiram manter o mistério, nada ficou explicado, mais uma vez a deixa para novas temporadas.
Aos Harmon foi dada a oportunidade de impedirem que outras pessoas passassem o mesmo que eles e acabassem também mortos na Murder House. Assim, a interação dos fantasmas “do bem” reunidos para conseguirem expulsar os novos moradores da casa antes que os atormentados tirassem deles sua sanidade e possivelmente a vida foi até mesmo cômico. Aplausos para a ótima tirada dos roteiristas.
Uma cena específica pode dar o que falar. A conversa de Tate com Ben. Ao confrontar o causador de grande parte dos males da Murder House, Ben não o poupou, mostrando ao personagem que ele é realmente um psicopata. E fez críticas, de mau gosto, sobre os profissionais terapeutas ao dizer que são incapazes de tratar um paciente.
Vale aqui também ressaltar esse jovem ator, Evan Peters que deu vida ao Tate, ele foi sem dúvida o grande destaque do começo ao quase fim da temporada, perdeu espaço nos três últimos episódios. Esse ator tem muito futuro.
Tocante também foi a interação de Vivien e Moira, que finalmente selaram a amizade que construiram desde o início da série. Apesar de todo seu rancor por estar morta, Moira sempre foi uma boa pessoa, verdadeiramente preocupada com a “patroa”. Assim, foi bela a cena em que Vivien, depois de reaver seu bebê morto (como foi explicado, ele não nasceu morto, chegou a chorar depois do parto antes de efetivamente morrer, apesar de eu não ter ouvido isso) convida Moira para ser madrinha da criança. Pergunto: o bebê ficará daquele tamanho eternamente como chegou a sugerir Chad no episódio passado ou se desenvolverá e envelhecerá como aconteceu com Moira? Perguntas que ficaram sem resposta e mais uma vez deixa a chance de continuidade.
E foi Constance quem encerrou o episódio e a primeira temporada, ao se dar conta que seu neto puxou o pai e, apesar da pouca idade, já é um verdadeiro psicopata. A cena em que acompanhamos o rastro de sangue pela casa de Constance até que ela encontre o corpo esfaqueado da babá e o pequeno sentado na cadeira gargalhando foi perturbadora. O que esse moleque se tornará quando efetivamente estiver crescido? Será ele realmente o proclamado anti-Cristo?
Pelo visto, a intenção de Ryan Murph é deixar todas as perguntas no ar para que cada espectador complemente a história com sua própria imaginação. Em declarações, Ryan deu a entender que os rumos da segunda temporada serão diferentes, com uma nova história sendo contada, o que não é muito legal:
“Cada temporada da série terá uma maldição diferente. O que você viu na finale foi o encerramento da casa dos Harmon e a segunda temporada terá uma nova casa ou edifício para assombrar. Assim como nesse ano, cada temporada terá um começo, um meio e um fim. (…) Vão existir rostos familiares e novos, interpretando novos personagens e novos monstros. Esse é o design da série desde o começo, é realmente um jeito legal e interessante de contar uma história de terror: cada temporada sendo o que um horror americano é.”
Ficamos ansiosos para o que a série pode apresentar em sua segunda temporada. Espero que o autor esteja blefando e que a continuidade parta do ponto final da primeira temporada.
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