terça-feira, 16 de abril de 2013

Em alta, pastores polarizam a atenção do público na televisão

Marco Feliciano conversa com Ratinho no SBT - Reprodução

Na noite desta última segunda (15), um fato interessante e preocupante aconteceu na televisão brasileira. Dois pastores, Marco Feliciano e Silas Malafaia deram o ar da graça, ao mesmo tempo, no SBT e na Rede TV!.

No Programa do Ratinho, Feliciano teve espaço para se defender das acusações de racismo e preconceito que vem sofrendo e falar sobre a pressão dos militantes LGBT para sua saída da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal.

Ele, como sempre manso, verdadeiro lobo em pele de cordeiro, respondeu tudo tranquilamente, até porque ele não foi muito pressionado, o Ratinho já não é o mesmo de outrora e não cutuca seus entrevistados.

Feliciano basicamente confirmou tudo o que ele já disse, respondeu perguntas do Twitter e de pessoas na rua. Reiterou que ama os gays, mas não a prática homossexual. Disse que tem o aval da maioria da população, não sei de onde ele tirou isso, mas deixa ele acreditar.

Ele também foi enfático ao dizer que não sai da presidência da Comissão e mais, pretende se candidatar a reeleição para deputado, Deus nos livre!

Na Rede TV!, Luciana Gimenez apertou o polêmico Silas Malafaia. Como sempre ele também defendeu sua tese teológica e com a agressividade que lhe é peculiar repetiu sua filosofia barata.

O curioso é que, mesmo do alto de sua ignorância e falta de jeito, Luciana deixava o pastor desconcertado em alguns momentos. Ela, que não tem papas na língua, interpelava Malafaia e muitas vezes o deixou sem respostas adequadas. Mas liso como um bagre, o religioso, mal ou bem, se safava dos questionamentos.

No quesito audiência não houve grandes mudanças, Ratinho manteve sua média de 6 pontos e Luciana ficou na casa dos 2 de média. A repercussão maior ficou por conta das redes sociais, no Twitter ambas as atrações figuraram no Trending Topics e no Facebook a agitação também foi geral.

Minha opinião pessoal é clara, não adianta ficar discutindo esse assunto gays x evangélicos, é um debate eterno, cada um defende sua posição com a cegueira que é comum em todo fanatismo. Os evangélicos creem, de maneira torta, na Bíblia, e de fato em seu texto o livro diz que é pecado o ato homossexual.

Mas o curioso é que os evangélicos separam na Bíblia o que lhes convém, eles não seguem tudo que está lá de Gênesis a Apocalipse e isso eu discordo totalmente, comigo é 8 ou 80. Se é para seguir a Bíblia então sigam e deixem de hipocrisia, não vem com esta conversa de contexto. Coerência é o mínimo que eu exijo.

Com relação aos gays, considero válido e apoio a luta pela liberdade e direitos iguais, mas discordo totalmente da forma agressiva e irracional de fazer manifestações. Não dá pra ganhar as coisas no grito, perde-se a razão e fica muito feio.

Deus, como diz a palavra dele, nos deu o livre arbítrio, decidimos o que é certo e errado, para os crimes temos as leis que punem e isso basta. Se esse ou aquele vai para o inferno ou para o céu, se é que isso de fato acontece, cada um que arque com suas responsabilidades. O problema do ser humano é querer cuidar da vida alheia, tempo é dinheiro, vai cuidar do seu!
 
Sou contra qualquer tipo de cota, separatismo ou benefício a este ou aquele grupo de pessoas. Somos todos iguais, deveríamos ter os mesmos direitos e deveres. É para lutar por isso que eu voto nos meus candidatos em toda eleição e acho que todos deveriam pensar assim. Sem bancada X ou Y, os políticos deveriam defender a coletividade independente de qualquer coisa.
 
Acho que Feliciano deveria deixar a Comissão por uma questão de coerência, como diz o nome é Comissão dos Direitos Humanos e não dos Direitos Evangélicos, então para ocupar esse cargo deveria ser eleito uma pessoa que tem o anseio de lutar pela igualdade. Mas também concordo que ele foi eleito com mais de 200 mil votos e está exercendo seu direito, em um país de democracia deficiente. Não podemos, nem devemos tirá-lo a força. Não estamos na ditadura.
 
No mais, espero que vivamos tempos de paz, afinal foi isso que Jesus pregou em sua passagem PAZ e AMOR.
 
Silas Malafaia em entrevista para Luciana Gimenes - Reprodução
 

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